Quando decidiu se afastar da figuração, Jean Araújo provou o desafio da liberdade. Infinitas encruzilhadas aparecem durante a busca de um caminho possível para a matéria. É preciso experiência para não perseguir o vazio na busca das pinceladas pela coerência – coisa que Araújo soube encontrar muito bem. Através da pesquisa em Op Art, ele explora uma lógica que parece ser inesgotável: como provocar a percepção do espectador. Com um preciosismo matemático, ele combina tons claros e escuros, opacos e brilhantes, formas e linhas, fazendo-as vibrar frente aos nossos olhos. Essa experimentação cuidadosa e incansável perpassa cada aspecto visível de seu trabalho, desde as cores construídas em seu ateliê até a decomposição formal que une os elementos em harmonia. Construindo uma composição cuidadosa que equilibra e desafia ao mesmo tempo, Araújo consegue dar vida a pintura. Mais importante que isso, ele sabe nos fazer sentir essa presença.