Edgar Calel nasceu em Comalapa numa grande família do povo Kaqchikel, indígenas maias, onde todos receberam de seus ancestrais uma herança cultural riquíssima, uma língua autóctone, também chamada Kaqchikel e sobretudo uma visão de mundo que os guia e permite que cultivem suas terras ao mesmo tempo em que se relacionam genuinamente com a arte. Apesar de Edgar ser o único integrante da família graduado na Escola Nacional de Artes Plásticas, seus pais e irmãos sempre participaram ativamente de seus trabalhos, possibilitando-nos o contato com uma cultura viva, coletiva e multidisciplinar que se distingue claramente das referências do mundo globalizado e da hegemonia neoliberal. Com uma obra reconhecida internacionalmente, que trata principalmente de questões relacionadas à identidade, geografia e migração, Edgar há anos participa de grandes exposições internacionais de arte contemporânea. Em 2021, junto com a Proyectos Ultravioleta, galeria que representa sua obra, protagonizou um acordo inédito com o museu inglês Tate, que pela primeira vez em sua longa história comprou o direito de tornar-se guardião por treze anos da instalação The Echo of an Ancient Form of Knowledge, (Ru k’ ox k’ob’el jun ojer etemab’el), que inicialmente desejava adquirir e que Edgar conseguiu enquanto indígena e com este acordo, modificar a tradicional prática de apropriação cultural das grandes instituições. Frequentemente visita o Brasil, onde mantém fortes laços de trabalho e amizade, e atualmente participa da 35a Bienal de São Paulo e da Bienal de Liverpool.