Somadas as questões de afinidade com o elemento vegetal, geralmente assunto do meu desenho, está presente em minha pesquisa poética um encantamento pelas sutilezas, um olhar direcionado para o que costuma não ter importância. Em um universo de possibilidades da arte, geralmente direciono o olhar justamente para o periférico, seja para as plantas nascendo a margem, na periferia do olhar, seja para os resíduos do processo, o que geralmente é descartado.
No desenho Todas as coisas pequenas exigem vagar(2021) destaco esse universo das pequenas plantas que nascem nas fissuras, essa vegetação considerada mato, erva daninha, dando atenção para o sentido de resistência e resiliência intrínseco a esses elementos da natureza. Do mesmo modo que proponho um convite para um olhar mais demorado, que rompa a barreira da aceleração do cotidiano que nos impede de ver.” Claudia Hamerski, verão, 2022

Claudia dedica sua pesquisa poética à resiliência de pequenas plantinhas que sobrevivem ao concreto das grandes cidades e passam despercebidas na vida urbana. Hamerski apresenta estes seres vivos em desenhos de grande escala, preto e branco ou coloridos, realçando e destacando a beleza do ser na luta pela vida, um desejo de trazer pela via do desenho essa imagem de potência, resistência e resiliência que as pequenas vegetações são capazes de suscitar.